terça-feira, 11 de novembro de 2014

Breve história da modalidade

A história da criação do rugby tem várias versões. Na versão tradicional, o criador do rugby foi William Webb Ellis, um estudante londrino. Durante uma partida de futebol realizada em 1823 na Rugby School, o jovem teria ficado irritado com a monotonia do jogo e teria agarrado a bola nos braços e corrido o campo, provocando a ira de seus colegas, que tentaram pará-lo, agarrando-o de qualquer maneira. Teria, assim, nascido o jogo de rugby.

Outra versão acredita que a bola era carregada com os braços frequentemente durante 1820 e 1830. Estudantes da Rugby School dizem também que a bola carregada fazia parte do jogo há muito tempo, contrariando a história de William.

Apesar da contradição da origem, importantes instituições, como a French Rugby Federation, concedem grande importância à manutenção do túmulo de William Webb Ellis como um símbolo do surgimento do rugby. William viveu como pastor e foi sepultado no cemitério marítimo em Menton, França. Assim, todos aqueles que praticavam o jogo com as mãos se uniram para padronizar as regras do esporte. O "Football Rugby" teve então um desenvolvimento independente do Football Association.

Em 1871 foi fundada a Rugby Union em Londres, e da Inglaterra expandiu-se para o mundo. No País de Gales, onde o rugby tem raízes profundas, principalmente na população humilde, encontrou um terreno propício para o seu desenvolvimento auxiliado pelo espírito do povo. Posteriormente foi levado para a Escócia, Irlanda, continente europeu (notadamente para a França) e navegou rumo às colônias do Império Britânico: Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos da América. Neste último, fundiram-se, numa volta ao passado, o Rugby e o Association, sendo criado o Futebol Americano. Apesar de possuir características do rugby, não pode ser com ele confundido, pois as regras são bastante diferentes.

Um evento importantíssimo para o rugby é o Torneio das Cinco Nações, realizado anualmente pelas equipes da Inglaterra, País de Gales, Irlanda, Escócia e França.

Com a evolução do esporte, foi realizado, em 1987, na Nova Zelândia e Austrália, o I Campeonato Mundial de Rúgbi, com 16 seleções: Nova Zelândia, Austrália, Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda, França, Estados Unidos da América, Canadá, Japão, Itália, Ilhas Fiji, Ilhas Tonga, Argentina e Zimbabwe. A campeã foi a Nova Zelândia, ficando a França em segundo lugar.

Principais regras do Rugby

Bola
A bola de rúgbi é de formato oval, varia de 28,0 cm à 30,0 cm, com uma circunferência total de 74,0 cm a 77,0 cm, e de seção transversal de 58,0 cm à 62,0 cm, sua pressão deve estar entre 65,71 e 68,75 kPa, tendo assim, entre 410 à 460 gramas.

Campo
O campo é de formato retangular, tem comprimento máximo de 144 metros e largura máxima de 70 metros, e não há um mínimo determinado. A superfície é preferencialmente de grama, mas também pode ser areia, barro, neve ou grama artificial. O jogo pode ser sobre a neve, desde que a neve e a superfície subjacente sejam seguros para tal. Não é permitido jogar-se em uma superfície dura permanente como concreto ou asfalto.

A linha que marca o início do in-goal é considerada parte dele. As linhas laterais são consideradas fora de campo. Caso um atleta em posse da bola toque na linha lateral é considerado que a bola saiu do campo.

Tempo
2 tempos com 40 minutos cada. Após o fim de 40 minutos, o jogo se encerra quando a bola sair de campo, quando forem anotados pontos ou quando o time em posse da bola cometer uma falta.

Oficiais de jogo
Uma partida de rugby conta com um árbitro, auxiliado por dois assistentes nas linhas laterais. Pode haver também um quarto árbitro e um juiz de vídeo.

Número de jogadores
São 15 jogadores de cada lado, sendo 3 especialistas (pilares e hooker). Uma equipe pode efetuar 7 substituições, sendo 2 reservadas para jogadores especialistas.
Podem ser efetuadas substituições temporárias em caso de sangramento. O jogador que está sangrando sai de campo e tem 15 minutos para estancar o sangramento, enquanto outro atleta joga em seu lugar.
Cartão amarelo: um jogador que comete uma falta grave pode ser punido com um cartão amarelo, que o colocado por 10 minutos de fora da partida.
Cartão vermelho: um segundo cartão amarelo ou uma falta gravíssima são punidos com a expulsão do atleta.

Objetivo e pontuação
Existem quatro formas de se pontuar no rúgbi, sendo elas o objetivo do jogo.
Try (ensaio) – quando o jogar consegue apoiar a bola no chão dentro do chamado in-goal (área de validação), isto é, atrás da linha das traves (do gol). Vale 5 pontos.
Conversão: após um try, a equipe que pontuou tem direito a um chute a gol valendo 2 pontos. O chute é dado a partir de um ponto em uma reta que passe pelo local onde foi feito o try e seja perpendicular à linha de fundo.  A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais.
Chute de Penalidade (Penal): faltas graves podem ser punidas com um chute de penalidade. O time que recebeu a falta pode optar por um chute do local onde a falta foi cometida. A bola deve ser apoiada no chão para o chute ser efetuado. A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais. Vale 3 pontos.
Drop goal (pontapé de ressalto): em qualquer momento da partida, um jogador pode efetuar um chute a gol, que vale 3 pontos.  Antes de ser chutada, a bola deve obrigatoriamente tocar o solo. A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais.
Obs: a equipe que sofreu os pontos deve efetuar um chute de reinício a partir do meio campo.
Formas de pontuação
Pontos
Try (ensaio)
5
Conversão
2
Penal
3
Drop goal (pontapé de ressalto)
3

Posições

1 e 3 – Pilares
2 – Hooker (Talonador)
4 e 5 – Segundas linhas
6 e 7 – Asas
8 – Oitavo
9 – Scrum-half (Médio-scrum ou Médio de formação)
10 – Abertura
12 e 13 – Centros
11 e 14 – Pontas
15 – Fullback (Zagueiro ou Defesa)

Regras Principais:

·         Kick-off: a partida deve ser iniciada ou reiniciada com um chute efetuado a partir do centro do campo, devendo a bola percorrer pelo menos 10 metros para frente. A equipe que sofreu os pontos deve efetuar o chute de reinício.

·         Tackle (placagem): Somente o jogador que está com a posse da bola pode receber uma placagem, isto é, pode ser derrubado ou agarrado por um adversário. Derrubar ou obstruir um jogador que não esteja de posse da bola resulta em penalidade.

·         A placagem pode ser feita somente do peito do adversário para baixo. Uma placagem acima é punida com uma penalidade. Nenhum movimento de violência contra o adversário pode ser usado na tentativa de contê-lo, e não é possível fazer uso das pernas para se derrubar o adversário. O jogar que efetua o tackle é responsável pela segurança daquele que o sofreu.

·         Passe com a mãos: a bola pode ser passada com as mãos somente para um jogador atrás ou na mesma linha do jogador com a posse da bola. Uma bola passada para a frente resulta em uma falta, chamada de passe para frente, ou forward pass. A falta resultante é penalizada com um scrum para o adversário.

·         Knock on (bola para frente):Será anotada uma falta toda vez que um jogador deixar a bola cair para a frente, sendo penalizado com um scrum para o adversário.

·         Chute: um jogador pode chutar a bola para frente, mas somente o chutador ou um jogador que estivesse atrás ou na mesma linha do chutador no momento do chute podem apanhar a bola. Um jogador que estiver à frente estará em impedimento.

·         Um chute pode ser efetuado para fora. Se o chute foi dado à frente da linha de 22 metros defensiva, o lateral será cobrado do local paralelo onde a bola tocou o solo pela última vez. Se o chute foi dado atrás da linha de 22 metros defensiva, o lateral será cobrado no local onde a bola saiu.

·         Em penalidades graves, a equipe que recebeu a falta pode optar por chutar a bola para fora e cobrar o lateral no local onde a bola saiu.

·         Mark (marca): um jogador defensor que receba um chute do adversário dentro da linha de 22 pode pedir a marca no momento que tocar o solo com os pés. Com a marca, ele não poderá ser tocado e deverá chutar a bola para frente ou sair jogando (com um free kick).

·         Linha de impedimento: em jogadas paradas, a bola ou uma formação fixa marcam a linha de impedimento. Todos os jogadores devem ficar atrás da bola ou da formação. Um jogador que se posicione à frente dela está em posição de impedimento, não podendo participar da jogada. A participação resulta em penalidade. No jogo aberto, não há impedimento dos atletas que iniciaram a jogada em posição legal.

·         Obstrução: um jogador não pode obstruir a passagem de um jogador adversário, podendo ser punido com uma penalidade.

·         Jogador ao solo: quando o jogador que tem a posse da bola for ao solo, ele deverá deixar a bola livre. O ato de segurar a bola no solo resulta em penalidade. O jogador tem direito a um movimento com a bola antes de soltá-la.

·         Try contra (touchdown): um jogador pode apoiar a bola em seu próprio in-goal. A jogada resulta na anulação do try. Se o defensor introduziu a bola no in-goal, será anotado um scrum a 5 metros para o adversário. Se o atacante introduziu a bola no in-goal, o time defensor poderá efetuar um chute (para fora ou não) a partir da linha de 22 metros, ou sair jogando (free kick).

·         Vantagem: se a equipe que sofreu uma falta levar vantagem em uma jogada, o árbitro permitirá a sequência da jogada.


          Sevens

·         A modalidade de seven-a-side segue as mesmas regras da modalidade tradicional, com algumas variações:

·         Tempo: 2 tempos de 7 minutos cada. Finais de torneios são em 2 tempos de 10 minutos cada

·         Número de jogadores: 7 jogadores de cada lado

·         Scrum: 3 jogadores de cada lado

·         Cartão amarelo: suspensão por 2 minutos

·         Reinício: a equipe que pontuou deve efetuar o chute de reinício

Formações:

·         Scrum (formação ordenada): em caso de faltas leves (como knock on e passe para frente), faltas graves (se a equipe optar) e tries anulados um scrum é marcado. 8 jogadores de cada lado formam uma escaramuça e se empurram. O scrum-half do time que recebeu a penalidade introduz a bola no meio da formação, e os atletas do scrum (exceto os pilares) podem utilizar os pés para puxar a bola. Os 3 jogadores da primeira linha são especialistas, e só pode haver disputa no scrum se os dois times possuem tais jogadores.

·         Ruck (formação fixa): quando um jogador vai ao solo em posse da bola, pode ser formado um ruck, no qual os jogadores buscam proteger a bola dos adversários, mantendo-a em seu campo. Os jogadores adversários podem tentar deslocar licitamente os jogadores que estão na formação, a fim de deixar a bola em seu lado do campo. Todos os jogadores devem ficar atrás do último homem que está na formação, não podendo entrar no ruck pela sua lateral.

·         Maul (formação móvel, formação volante): quando um jogador colide com o adversário, não vai ao solo, mas segue obstruído pelo oponente, pode ser formado um maul, no qual os jogadores empurrar os atletas que se chocaram a fim de levar a bola adiante. Derrubar um maul propositalmente resulta em penalidade.

·         Lateral (lineout): quando a bola sair pela lateral do campo, pode ser formado um lineout. Os jogadores fazem uma fila, paralela à fila do adversário, e a bola deve ser lançada entre as duas filas, eqüidistante. Jogadores podem ser erguidos pelos companheiros e, enquanto não tocam o solo, não podem ser deslocados pelos adversários. Um lateral pode se cobrado sem as filas serem formadas, caso o árbitro ainda não tenha se posicionado para a formação.



Metodologias para o ensino do Rugby em clubes e escolinhas de esporte.

Como metodologia para ensinar em clubes e escolinhas, é indicado usar as duas mais conhecidas, o método analítico e o método global. No campo geralmente o método global é o mais usado, sempre sendo aliado a minijogos, buscando o aprendizado e a diversão dos alunos. Fazendo a criança e jovem aprender do geral para o específico, criando relações com as situações de cada fase, promovendo uma compreensão maior do jogo. Através desse sistema, induzimos as crianças a acharem diferentes respostas para determinados problemas impostos, subjetivamente, aumentando sua inteligência tática, ritmo de jogo e motivação. Quando surgir problemas mais severos na execução de determinadas habilidades individuais ou de minigrupos usa-se o método analítico. O ideal é poder aliar esses dois métodos, mesmo que o método analítico seja mais repetitivo e não tenha características de brincadeiras esportivas, se faz importante em determinado tempo da aprendizagem. Juntando as duas metodologias é possível construir jogadores mais polivalentes (técnicos, com inteligência técnica e tática).                 

Possíveis conteúdos das aulas e atividades programadas do Rugby em clubes e escolinhas de esporte



1ª aula: Manuseio da bola e noções gerais de deslocamento

1º exercício; forma-se um circulo no qual, os jogadores postaram-se
de costas para o centro, recebendo e passando a bola ao companheiro
subseqüente.
Objetivo; dar o primeiro contato do iniciante com a bola e trabalhar o
modo como a bola deve ser manuseada.

2º exercício; 2 filas indianas, uma de frente para outra. O primeiro aluno
da fila que está portando a bola corre em direção a outra fila com a bola
em mãos e passa para o primeiro da outra fileira.
Objetivo; correr com as 2 mãos na bola, e passá-la em movimento.

3º exercício; 2 filas indianas, uma de frente para outra. O primeiro aluno
da fila que está portando a bola corre em diagonal a fila oposta com a
bola em mãos e passa para o primeiro da outra fileira
Objetivo; correr com as 2 mãos na bola, e passá-la em movimento

4º exercício; forma-se uma linha diagonal, com os participantes da
mesma deslocando-se para frente e passando a bola para o
companheiro ao lado.
Objetivo; introdução de uma linha de ataque aos iniciante
Nesta primeira aula, o rugby deve ser apresentado sem nenhum tipo de
contato físico por parte dos estudantes, onde foi oferecido exclusivamente os
fundamentos básicos de ataque, passe e posse de bola

2ª Aula; Introdução ao touch
Para a continuação do trabalho o recurso escolhido foi o “touch”, que é
um jogo de inicio ao esporte, e possui todos os fundamentos básicos do rugby
como a corrida com a bola, a finta, o passe e o try (pontuação máxima do
rugby). O touch é dado pela segurança oferecida ao aluno, já que o tackle (ato
de derrubar o jogador adversário), é substituído por um simples toque na
cintura do jogador portador da bola, que é obrigado a passar a bola para outro membro de sua equipe e se coloca em jogo novamente retornando para trás. O touch pode ser jogado em pisos duros.
O objetivo do jogo é marcar o try, que consiste em ultrapassar a linha de
fundo e apoiar a bola no chão. De inicio a bola pode ser passada de qualquer
forma, para qualquer direção, e com o decorrer do exercício vai se introduzindo
as regras do jogo. Num segundo momento a bola começa a ser passada
somente para trás, sendo penalizada a equipe que passar a bola para frente.
.

Princípios técnicos a serem trabalhados no Rugby em clubes e escolinhas de esporte

1 - Técnicas de Evasão
Mudança de Velocidade
Side Step
Swerve
Hand off

2 - Técnicas de Manuseamento da bola – para bater a defesa
Lançar e Apanhar
Passe Lateral e Recepção
Tomada de Decisão - Manter o Espaço
Tomada de Decisão - Criar o Espaço
Passe em Torpedo

3 - Técnica de contacto –Defesa
Ganhar a Bola na Placagem
Placagem Frontal, Lateral e por trás
Técnica de contacto no Ataque – (desempenhar diferentes papeis)
Portador da Bola – Tomar as melhores opções
1º Jogador no Apoio – Reagir ao portador da bola
Reacção apropriada dos Restantes Jogadores em Apoio

4 - Técnica de Maul – (desempenhar diferentes papeis)
Portador da bola protege a bola e cria uma base forte
Jogador que executa par de mãos assegura a posse de bola toma melhor opção
Jogadores em apoio protegem jogador que executou par de mãos

5 - Técnica de Ruck – (desempenhar diferentes papeis)
Portador da bola toma as melhores opções
Jogador/Jogadores em apoio reagem ao portador da bola / Situação

6.1 - Técnica de Formação Ordenada – Ataque Reacção à pressão da oposição
Posicionamento, pegas, posição corporal
Encaixe
Aplicação de Força e Pressão
Introdução e talonagem
Canais 1, 2 e 3
Entrega e utilização da bola

6.2 - Técnica de Formação Ordenada – Defesa – atacar fraquezas do adversário
Posicionamento, pegas, posição corporal
Encaixe
Aplicação de Força e Pressão
Contestar

7.1 - Técnica de Alinhamento – Ataque – (desempenhar diferentes papeis)
Introdutores
Saltadores
Decoys/Opções
Elevadores

7.2 - Técnica de Alinhamento (desempenhar diferentes papeis)
Saltadores
Elevadores

8 - Linhas Atrasadas ataque – (desempenhar diferentes papeis)
Distribuidor
Decoy
Playmaker
Apoio
Finalizador

9 - Pontapear e Apanhar – explorar espaço e avançar
Pontapé rasteiro, para o ar, curto
Ganhar terreno (to gain ground)
Pontapés para dentro de campo – recuperar a posse de bola

10 - Defesa - (desempenhar diferentes papeis)
Placador – prevenir adversário de avançar no território / Recuperar posse de bola
1º Jogador no apoio - Reagir ao Placador
Restantes jogadores reagirem à situação tomando a melhor opção

11.1 - Pontapé de Saída – (desempenhar diferentes papeis)
Equipa receptora
Receptor
Apoios

11.2 - Pontapé de Saída – Dar
Pontapeador
Saltadores/Receptores
Apoios

Princípios táticos do Rugby a serem trabalhados em clubes e escolinhas de esporte




Desenvolver táticas exige uma compreensão profunda da sua equipe e de
seus pontos fortes. Estas táticas terão em parte foco nos forwards e
baseadas na potência, e dependerão também de criação de espaço e
utilização da velocidade. Também muito importante , é ter consciência da
equipe e dos indivíduos que sua equipe irá enfrentar – e as táticas que
estes utilizam.
Utilizando a potência
Utilizar a força física dos forwards, em scrums e mauls, pode resultar em significativos ganhos de território. Os atletas
podem ‘pegar e empurrar’ (recolher a bola do solo e levá-la
adiante com o apoio dos seus companheiros de equipe), até ao
momento em que seja apropriado liberá-la para o uso dos três-quartos.
Criando espaço
Apesar de suas muitas complexidades, o Rugby permanece um jogo simples em
sua essência. Os pontos são marcados quando um atleta é colocado num espaço e a equipe atacante supera em números os defensores. Deste modo o cálice sagrado do Rugby é a busca constante da criação do espaço. Existem muitas táticas orientadas para isso, mas essencialmente trata-se de obter a bola rapidamente e movê-la
para longe da concentração de atletas injetando ritmo e criatividade no

ataque para criar espaço para um atleta marcar.

Princípios da preparação física dos jogadores de Rugby

A PREPARAÇÃO FÍSICA PARA JOGADORES DE RUGBY OBSERVA DETALHES BASTANTE ESPECÍFICOS AO ESPORTE DE FORMA A PERMITIR GANHOS DE PERFORMANCE BEM COMO PREVENÇÃO DE LESÕES.


Diversos artigos documentam a importância e os benefícios de um bom condicionamento físico para jogadores de rugby; deste, destacarei o treinamento com pesos.

O treinamento com pesos, quando corretamente prescritos e executados, possibilita ganhos de velocidade, coordenação, força, prevenção de lesões e uma melhor estabilidade das articulações, além da melhora da auto-estima. Do treinamento com pesos para os membros superiores (ombros, peito, costas e braços), a ênfase deve ser a proteção contra lesões através do ganho de volume e força; fortalecimento do torso/core permite ganhos de força e melhor estabilização da coluna. Para quadril e pernas, o objetivo deve ser o desenvolvimento de força explosiva para os flexores e extensores do quadril, e um melhor equilíbrio entre os grupos musculares do quadríceps e isquiotibiais.

Durante a semana, um mínimo de quatro sessões de treinamento já são suficientes para a periodização do treinamento. É interessante isolar um dia para o treinamento dos membros inferiores, utilizando-se 5 (cinco) exercícios para os grupamentos musculares.

Um exemplo de microciclo:

2a. feira: Pernas
3a. feira: Peito, Ombro, Tríceps e Costas
5a. feira: Pernas
6a. feira: Peito, Ombro, Tríceps e Costas


É interessante ressaltar que o treinamento com pesos para praticantes de modalidades esportivas (como o Rugby), não visa objetivos estéticos porém prevenção de lesões e aumento ou manutenção de performance, observando portanto detalhes muito específicos ao esporte.

Qual a importância da prática do Rugby para a saúde e qualidade de vida dos praticantes?



Os benefícios para saúde no Rugby são muito variados e, no nível mais básico, o Rugby é uma ótima maneira de aumentar o tempo dedicado às atividades físicas. Diretrizes* atuais sugerem que os adultos devem atingir um total de pelo menos 30 minutos diários de atividade física moderada em cinco ou mais dias por semana. Para as crianças, a recomendação é de pelo menos 60 minutos por dia de atividade física moderada por dia. Pelo menos dois dias por semana, esta atividade deve incluir atividades para melhorar a saúde óssea, força muscular e flexibilidade.




O rugby, é conhecido por agregar todos os tipos morfológicos, dando oportunidade a qualquer praticante de obter êxito, além de proporcionar o desenvolvimento motor, o espírito de equipe, o trabalho coletivo, responsabilidade e um código de conduta, que são mescla de valores e normas implantados aos praticantes, e que de acordo com a dificuldade imposta pelo time adversário, sentem a necessidade de tomar decisões coletivas ou individuais para atacar sem por em risco a posse de bola e a sua integridade física.

Rugby adaptado para a inclusão de pessoas com necessidades especiais?

O Rugby em cadeiras de rodas ou QuadRugby é a principal adaptação do Rugby para pessoas com deficiências, é um desporto feito para jogadores tetraplégicos. A Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas – ABRC é a entidade máxima do Rugby em Cadeira de Rodas no Brasil.
A Seleção Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas garantiu a vaga nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto-2015.



O Ginásio Poliesportivo Presidente João Goulart, conhecido como Tartarugão, em Vila Velha, no Espírito Santo, recebeu esse ano (2014) o 7º Campeonato Brasileiro de Rugby em Cadeira de Rodas.


Como formar cidadãos mais éticos e conscientes de seus direitos e deveres com a prática do Rugby?



Desde que se entra no meio esportivo do Rugby, os primeiros ensinamentos passados aos iniciantes, além de alguns fundamentos técnicos, são as questões relativas ao respeito e companheirismo, valores sempre presentes, em todos os níveis do rugby e partes de sua cultura, para a construção das atitudes do ser em meio a sociedade em que convive. O Rugby é, antes de tudo um estado de alma, precisamente por ter características tão naturais, como o vigor, a luta e a busca pelo território. E, também, por ser um esporte totalmente coletivo, sendo necessário confiar em seu companheiro sempre. O Rugby é um meio para se divertir, relacionar e educar. O Rugby independente de onde é praticado, se torna um meio transformador.
A questão do respeito ao outro é trabalhado de diversas formas, desde o treino até os jogos. O respeito com os colegas de grupo, ajudando, aprendendo, incentivando, ensinando, indo aos treinos, tudo que for feito para somar a um treino mais divertido e qualificado; como o árbitro, com quem somente o capitão pode se comunicar, referindo ao árbitro como “senhor”, demonstrando educação a quem tem hierarquia; e, principalmente com os adversários, por dois motivos, (1) sem eles não aconteceria o jogo e (2) o maior respeito que um time pode dar ao outro, é jogando com toda sua garra, habilidade e fazendo quantos pontos forem necessários.
Se houver discussões e brigas dentro de campo, apesar de toda questão filosófica, na modalidade é possível presenciar momentos de emoções descontroladas, mas, mesmo assim, com a intervenção do árbitro e dos outros jogadores, tudo se resolve. No final de cada jogo, para confraternizar e deixar o que aconteceu em campo entre as quatro linhas, ocorre uma celebração, chamada terceiro tempo, quando, os adversários se encontram para celebrar as conquistas, independente dos resultados, preconizando alegria, com músicas e comidas, juntando as famílias e as aprendizagens.

Alguns pilares do Rugby são: integridade, paixão, solidariedade, disciplina e respeito, acredita-se que esses códigos de conduta nas relações do desporto, tem sentido para a vida.

Projeção do Rugby no Brasil




Com um grande potencial ainda para ser descoberto no Brasil, o Rugby movimenta milhões de fãs pelo mundo todo. A Copa do Mundo de Rugby, por exemplo, é o terceiro evento esportivo do planeta, com audiência de mais de 4 bilhões de pessoas. Patrocínios, público, estádios e espetáculo dignos de comparação aos Mundiais de Futebol e Olimpíadas – os dois primeiros eventos da lista. Rugby no Brasil, apesar de não ser tão conhecido do grande público brasileiro, vem crescendo de forma bastante dinâmica em nosso País. 
As Seleções Brasileiras de Rugby, servem como um bom referencial do otimismo e evolução do esporte no país. Nos últimos 3 anos o Brasil projetou-se da 45ª para a 27ª posição no ranking da International Rugby Board (IRB) na categoria Masculina Adulta. 



      

Já no Feminino, a Seleção Brasileira conquistou a 10ª posição no Campeonato Mundial realizado em Dubai-EAU em 2009 – a melhor posição alcançada por uma equipe brasileira em Mundiais. Além disso, a seleção brasileira feminina é reconhecida como a melhor equipe da América Latina, a frente de países tradicionais no Rugby como Uruguai, Chile e Argentina. 


Em 2009, o Comitê Olímpico Internacional (COI) determinou que o rugby voltaria para o programa olímpico nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, no Rio de Janeiro, na modalidade Sevens. A partir de aí, a então Associação Brasileira de Rugby passa a adotar o padrão exigido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e se transforma em Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), o que deu direito à modalidade de receber verba das leis de incentivo ao esporte. Igualmente, o COB passou a incluir em sua cerimônia anual Prêmio Brasil Olímpico a categoria de "melhor jogador de rugby sevens". 

Projeção do Rugby no cenário internacional


Em 1871 foi criada a Rugby Union em Londres, e, a partir daí, o esporte se espalhou rapidamente pela Europa e depois para as colônias da Inglaterra: Austrália, Nova Zelândia, Canadá e EUA.
A maior competição da categoria é a Copa do Mundo de Rugby, realizada de 4 em 4 anos. O rugby é o segundo esporte de equipes mais popular do mundo só perdendo para o futebol de campo.

Outro importante torneio de rugby é a Copa das 6 Nações realizada por: País de Gales, Irlanda, Escócia, França, Itália e Inglaterra.
Existe ainda a Copa das 3 Nações realizada por: Nova Zelândia, Austrália e África.
Além desses campeonatos, são várias as competições entre clubes, formando inúmeras ligas nacionais de rugby profissional, inclusive no Brasil.

            O IRB International Team of the Year é um prêmio anual, que se repete desde 2001 e é             entregue pela International Rugby Board (IRB) à melhor seleção de rugby durante 
            aquele ano.

A Seleção Neozelandesa de Rugby Union é uma das melhores equipes de Rugby do mundo. Mais conhecidos como All Blacks (em português: Todos Pretos), a selecção teve este apelido dado devido a um artigo britânico que se referia ao movimento de avanço sistemático da equipe como all backs (todos na retaguarda). Esta expressão foi mal entendida e se tornou All Blacks (que faz alusão à roupa) de hoje em dia.

O rugby union é o desporte principal da Nova Zelândia, e ser escalado para compor a selecção dos All Blacks é uma grande honra para os jogadores do país. Os neozelandeses são considerados o que há de melhor no rugby union atualmente. Tal afirmação é reforçada pela conquista da primeira Copa do Mundo em 1987 e a vitória na última edição, 2011, pelas dez vezes que foram campeões da Tri Nations, e pelos Grands Slams de 1978 e 2005 em que venceram as seleções da Inglaterra, Irlanda, País de Gales e Escócia.




Actualmente, os All Blacks são titulares da Copa Bledisloe, um troféu anual que disputam com a Austrália, sua maior rival. Os All Blacks ocupam a primeira posição do ranking da Federação Internacional de Rugby Union.

Os All Blacks realizam, antes de cada disputa, a perfomance da haka, uma dança maori de intimidação.